Como as recentes fusões e aquisições influenciam o nosso dia-a-dia.

Não é um assunto novo, mas vamos lá.




Estamos em 2006. É sábado. Você acorda tarde pra cacete sem a mínima vontade de fazer picas. E já antevê um domingo nada promissor. Porra, é perfeitamente cabível que você vista sua melhor calça de moletom e vá alugar uma meia-dúzia de DVDs na Blockbuster.

Chegando lá, ar-condicionado sempre na temperatura certa, você fica uns 10 minutos assistindo o filme que eles colocam para passar dentro da loja. Se deixassem, você pegava uns 14 potes de Häagen-Dazs, deitava naquele carpete azul e ficava até segunda-feira assistindo o Denzel Washington salvar o mundo.

Como é bem possível que não deixem, você dá uma olhada na parede de lançamentos. Só para ficar puto, já que obviamente todos os DVDs decentes estão alugados. Ninguém mandou acordar tarde. Você dá mais uma volta e olha os DVDs que estão à venda na promoção: Purple Rain, Dolph Lundgren, faroeste pra todo lado e Charlton Heston ainda moleque. Até que esse do Dolph Lundgren não tá caro...

Uma coisa leva à outra e você resolve checar a seção dos filmes de ação. Aí pintou: Comando para Matar, 007 Contra Goldeneye, Máquina Mortífera 3, Daylight e Waterworld.

No caminho para o caixa, você percebe que uma escalação dessa merece, no mínimo, dois tubos de Pringles sabor páprica. O quê?! O aluguel do sexto filme é de graça?! Excelente. Galinho Chicken Little. E um Twix.

Feliz, você volta pra casa, liga a TV no futebol e dorme até domingo à tarde. Muito bom.

Mas isso era antes.

Em 2007 a merda das Lojas Americanas comprou a Blockbuster. Como todo mundo percebeu, fodeu. Agora pra alugar um DVD você precisa atravessar um mar de brinquedos, celulares, bolas do Playcenter, porcarias de toda sorte. Não tem a menor condição.

É claro que a razão da Blockbuster ter se vendido pra esses idiotas só pode ter sido falta de grana.

Isso que dá não ter filme de sacanagem.