De todas as coisas estúpidas que você pode fazer na sua vida, uma das mais imbecis é comprar papel de presente. Juro.
Primeiro que praticamente tudo o que você compra vem numa caixa ou em algum tipo de embalagem. Pra que cobrir essa embalagem com papel de presente? Você acha que você manja mais de design do que o cara que criou a embalagem? Bom, o trabalho do cara é criar embalagem. E o seu? Quem é você pra cobrir de papel o que o cara fez?
Ah, mas nem tudo vem com embalagem. Um cabide, por exemplo, não vem em nenhum tipo de caixa, né? Verdade. Você tem razão. Mas, na boa, você quer dar um cabide de presente?! Vai pro diabo que te carregue. Enfia essa porcaria num saco de supermercado e não torra o meu saco.
Mas beleza, você pode argumentar que o embrulho no presente ajuda a causar um suspense, né? Fazer um climinha... A pessoa presenteada fica pensando “Nossa, o que será que é?” enquanto tira o papel. Tá, e quanto tempo uma pessoa com uma coordenação motora de nível razoável demora pra desembrulhar um presente? Três segundos? Três segundos de suspense? Nossa, Hitchcock, vale muito a pena mesmo.
Só que isso ainda não é o mais grave. Pensa bem: você vai até a papelaria e gasta o seu dinheiro numa folha de papel de presente. Aí, embrulha o lance que você comprou pra sua mina. Chegando na casa dela, você entrega o presente e qual a primeira coisa que ela vai fazer? Dar um beijo em você que não é. Óbvio que é rasgar a droga do papel. Dois segundos depois – estou assumindo que você vai namorar uma mina com coordenação motora de nível acima do razoável, porque isso é muito importante para o bom andamento de um relacionamento, especialmente em cinemas e viagens longas de carro – o dinheiro investido num papel de presente se transformou em lixo.
É a mesma coisa que você sair da sua casa e ir correndo comprar um carburador. O mecânico vai te cobrar 10 conto, porque não tem mais bobo sujo de graxa. Aí você paga, segura o carburador e vai andando até a saída da oficina. Chegando na calçada, você vai fazer o quê? Olhar dois segundos pra ele, pensar “Caralho, um carburador...” e jogar aquela porra fora.
Entende o que eu digo?
Comprar papel de presente é como pegar uma nota de cincão (já vi folha de papel de presente de até R$20, sem sacanagem), esperar dois segundos e rasgar.
Então, da próxima vez que você pensar em comprar papel pra embrulhar alguma parada, não compre. Só nisso você já fica cinco reais mais rico. Mas tá sobrando, né? A crise foi pro saco, o Brasil tá bombando, Bovespa, Pão de Açúcar comprando as Casas Bahia, o que são cinco reais pra você? Nada. Então, em vez de embrulhar, pegue um teco de Durex® e grude no presente a sua nota de cinco reais. Quando a pessoa que receber o presente perguntar que cazzo é aquilo, você fala: – É pra você rasgar. Se for o caso, frise bem: – É pra você rasgar, não pra você gastar, seu filha da puta mercenário.
Aí, sim. Porque rasgar dinheiro é legal. Você vai proporcionar uma sensação nova. Isso sim é presente. E não aquelas merdas que você costuma dar embrulhadas em papéis ridículos.
6 comentários:
E as pessoas que tiram o durex com cuidado para poder reutilizar o papel de presente?
Daí fica tudo naquelas caixas de papel de presente reutilizáveis que nunca são usados realmente, porque ou não são do tamanho certo, ou tem marca de durex tirado que desbotou o papel!!!!
Se for pela sua lógica, as mulheres devem parar de comprar lingerie.
podem continuar comprando. pricipalmente se forem iguais as suas.
é só não comprar papel de presente pra embrulhar.
Pô Luli,
a lingerie serve pra outras coisas, né? E aquela cheirada a la Wando antes do picote? Tem que ter...
Luli, seus(suas) parceiros(as) rasgam sua lingerie logo depois que você tira a roupa, é? Selvagem.
Nossa, minha moral tá de "deusa do sexo". Acho que vou lançar minha própria linha de produtos pornô. Uma vez que o branding já tá feito.
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